Só
para citar algumas das principais mudanças, chegamos ao prazo limite
para adoção das normas internacionais nas demonstrações
financeiras (IFRS) e espera-se que o poder público comece a por em
prática as normas internacionais específicas do setor (IPSAS). O
Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) é uma realidade
irreversível e se anuncia – em princípio para 2016 – a
obrigatoriedade de escrituração digital também para as empresas
com apuração do lucro pelo Simples Nacional.
Nesse
cenário dinâmico – e temperado por complexidades fiscais e legais
menos tensas em outros países –, o centro do palco pertence ao
profissional de contabilidade que souber deixar no passado o papel de
simples retratista do caixa para se tornar um agente de gestão. Mais
do que nunca, a contabilidade tornou-se uma área estratégica, da
qual se espera análises e subsídios para diagnósticos rápidos de
erros, acertos, adequação de controles e conformidade legal de
transações e processos.
Surge
aí a necessidade de assegurar contabilistas capazes (e capacitados)
para levar adiante as novas exigências. Significa atrair, desde já,
os jovens talentos para a carreira, preservando o mercado de um
“apagão de profissionais” em um futuro próximo. A necessidade é
reforçada pelo fato de que, no Brasil e em qualquer lugar do mundo,
toda empresa precisa de escrituração contábil e, portanto, não
pode prescindir do apoio de um contabilista. A carreira já é a
quinta mais demandada no país. E como anda esse balanço?
Os
números dão a resposta. Segundo o Conselho Federal de
Contabilidade, havia, em 16 de abril, 484.583 contabilistas
registrados. Nesse mesmo dia, porém, o Empresômetro, do Instituto
Brasileiro de Planejamento Tributário, apontava a abertura de quase
443 mil novas empresas desde o início do ano. Ou seja, a conta
praticamente bate e estamos falando apenas dos novos empreendimentos
surgidos em 2013. Esse universo pode chegar a 7 milhões de empresas,
sendo 99% de micros e pequenas. Para complicar a equação, o Brasil
produz uma nova norma tributária a cada 1h41, segundo o Instituto
Brasileiro de Planejamento Tributário. Enfim, temos contabilistas e
auditores de menos. É um risco, e as estatísticas mundiais mostram
que, quando há um número insuficiente desses profissionais, a
corrupção pública e privada aumenta de forma assustadora. Que
venham os novos talentos e que venham para fortalecer o crescimento da contabilidade no brasil e no mundo.
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